25 de junho de 2017

Novo calendário escolar foi publicado em Diário da República.

Pré-escolar vai ter férias de Natal, Carnaval e Páscoa 

Novo calendário escolar foi publicado em Diário da República. Pais dizem esperar que sejam encontradas soluções alternativas para períodos de pausa. Ministério garante que crianças terão actividades. 
CLARA VIANA 23 de Junho de 2017 

 À semelhança do ensino básico e secundário, também a educação pré-escolar vai começar a ter, a partir do próximo ano lectivo, férias de Natal, de Carnaval e Páscoa, determina o calendário escolar para 2017/2018 que foi publicado em Diário da República nesta quinta-feira. As actividades da educação pré-escolar também terminarão uma semana mais cedo, estando o termo estabelecido para 22 de Junho, quando neste ano lectivo tal acontecerá a 30 de Junho. 
Será a primeira vez, desde 2002, que se regista uma harmonização dos calendários do pré-escolar com o de outros níveis de ensino. “É uma decisão que vai perturbar a vida das famílias, que não têm essas pausas laborais”, comentou o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), Jorge Ascenção, 
acrescentado que esta “não é a melhor resposta que se espera de um serviço público”. Referindo que a Confap não foi ouvida pelo Ministério da Educação sobre a matéria, Ascenção diz que agora só esperam que “sejam encontradas respostas, com as autarquias, que permitam às famílias ir trabalhar com tranquilidade”.
No despacho assinado pela secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, escreve-se que “durante os períodos de interrupção das actividades educativas e após o final do ano lectivo devem ser adoptadas medidas organizativas adequadas, em estreita articulação com as famílias e as autarquias, de modo a garantir o atendimento das crianças”. Em resposta ao PÚBLICO, o Ministério da Educação indicou que se está já a trabalhar nesse sentido com escolas e autarquias.


  Mais "interacção" entre autarquias e escolas 

Já o presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima, indicou que este trabalho ainda não está a ser desenvolvido no terreno porque só agora é que foi oficializado o novo calendário escolar. “A partir de Setembro vai ter de haver uma maior interacção e trabalho de proximidades entre escolas e autarquias para se levar esta mudança a bom porto e garantir que as crianças tenham actividades nesses períodos”, referiu. O PÚBLICO tentou sem sucesso obter respostas do presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP), Manuel Machado. 
Em Maio passado, quando foram consultados sobre o novo calendário, aquele responsável disse que a ANMP vai apelar aos associados para que cooperem na solução apresentada, uma vez que foi dada a garantia de que o Ministério da Educação "acompanhará na reciprocidade correspondente os encargos que venham a ser necessários suportar". Filinto Lima lamentou, por outro lado, que o calendário do próximo ano lectivo continue “refém da Páscoa”, o que leva a que exista um primeiro período “gigantesco” e um terceiro período “diminuto”, situação que vem mais uma vez pôr em cima da mesa a necessidade de se “avançar para uma organização semestral” das aulas, conforme tem sido defendido pelos directores. 
A harmonização do calendário da educação pré-escolar com o de outros níveis de ensino tem sido uma das reivindicações recorrentes dos sindicatos de professores. Segundo a Federação Nacional de Professores, esta medida “valoriza a importância e intencionalidade pedagógica deste sector de educação e a função docente dos educadores de infância”.

Sem comentários: