SUBIR AS NOTAS, MAS COMO ? foi este o mote da conversa com a Prof Mª Lurdes Monteiro, a propósito do livro agora publicado e que desta forma alerta e dá o seu contributo útil na forma como os pais lidam com a árdua tarefa que é auxiliar e acompanhar todo um conjunto de tarefas que hoje os nossos filhos se debatem no seu dia-a-dia escolar, nomeadamente no que se refere aos históricos e sempre questionados TPCs.
Aconteceu no passado dia 26 no Auditório Municipal, numa organização da A. Pais da Batalha em colaboração do Município e Agrupamento da Batalha, que se fizeram representar, através do Vice Presidente e Director, Professores Carlos Henriques e Luís Novais, respectivamente, com uma plateia atenta e disponível para ouvir.
Não obstante a incidência da sua intervenção se centrar do 5º ao 9º ano, derivado à sua experiência, o certo é que o tema de tão abrangente que é, se foi generalizando e centrado no aluno enquanto individuo, dotado de capacidades e especificidades para a aprendizagem, não se restringindo a um padrão comum a todos, antes observando essas mesmas particularidades dos ritmos na aquisição de competências. Mas se o tema estava direccionado para os TPC’s, que a Profª Maria Lurdes Monteiro se escusou de se pronunciar, dada a controvérsia que os mesmos têm suscitado ao longo dos anos, a oratória estava direccionada para os pais enquanto educadores para que, não se substituindo aos professores, pudessem dispor de ferramentas para um acompanhamento mais presencial ainda que indirecto, como forma de não potenciar atritos de quem já por si e na maioria das vezes, se vê numa encruzilhada de dúvidas que nem os próprios são capazes de desmistificar.
Mas se os TPC’s são um quebra cabeças para quem passa demasiado tempo em contexto de sala de aula, acossados que são com um sem número de actividades extra curriculares, nem sempre equilibrados, uma das tónicas dominantes foi a de que, às melhores notas nem sempre corresponde a formatação do individuo mais completo, porque a aprendizagem não se pode centrar em exclusivo nas matérias escolares, muitas das vezes ‘despachadas’ em nome das metas curriculares. Isto para dizer que, há mais vida para além da escola e, não menos preocupante foi o fato, constatado por todos, da imensa falta de leitura dos nossos educandos, ao ponto de serem sugestionados hábitos e práticas de leitura, acompanhados por práticas de escrita, tão arredados que andam do quotidiano escolar, mas que urge intensificar, porque sem estas duas importantes componentes, leia-se hábitos, LER e ESCREVER, a aquisição de competências acaba por se tornar um fardo na aprendizagem quotidiana, podendo levar à desmotivação. A propósito deste factor, importou também perceber e contribuir para que a auto estima, enquanto aluno aberto a todo o tipo de estímulos, esteja equilibrado, para que o crescimento da pessoa se faça em harmonia, dirimindo incidências futuras e coloquem em causa todo o conjunto de competências adquiridas, provocando um retrocesso, sempre nefasto para os jovens.
Ainda que estejamos atentos, há muito para fazer em prol do ensino, mas as rotinas que se instalaram e que nos consomem diariamente, acabam por ter reflexos na nossa reacção em tratar temas tão sensíveis quanto o são de si a relação directa ente aluno e professor.
A este propósito, a Revista do Expresso do passado dia 21, traz um artigo intitulado TPC: ABUSO OU NECESSIDADE? que nos dá conta do enquadramento desta matéria dos estudantes em Portugal comprando-os com os países da OCDE e cuja passagem de alguns considerandos e constatações aqui se dá conta, num trabalho de Luciana Leiderfarb e Ana Serra.