29 de novembro de 2011

Comida das escolas pode piorar com IVA a 23% - Alerta da DECO

A qualidade das refeições nas cantinas escolares e sociais pode baixar com o aumento do IVA para a taxa máxima de 23 por cento na restauração, alertou nesta terça-feira a associação de defesa dos consumidores DECO.  
"Com este aumento é natural que as empresas fornecedoras das cantinas queiram uma revisão do preço e, não tendo o Estado [autarquias] dinheiro para aumentar a sua comparticipação, tememos uma diminuição da qualidade das refeições nas cantinas", disse à Lusa o secretário-geral da associação, Jorge Morgado.
Os receios da DECO estendem-se também às cantinas sociais e às das empresas públicas, lembrando a associação que o último estudo em cantinas revelou uma melhoria na qualidade das refeições.  
"Tudo isto é penoso, é voltarmos aos tempos dos nossos avós", comentou Jorge Morgado.
O aumento da taxa de IVA para 23 por cento vai ter um "impacto enorme" na vida quotidiana dos consumidores, segundo a DECO, "principalmente" naqueles que trabalham nos grandes centros urbanos.  
"O impacto na economia doméstica vai ser grande e vamos regressar ao passado da lancheira", concluiu Jorge Morgado.
O Parlamento aprovou, por maioria, um aumento do IVA na restauração, entre outros produtos, que deixa de estar sujeita a uma taxa de 13 por cento, passando para 23 por cento, com votos contra de toda a oposição.
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DECO já alertou que a qualidade das refeições
 nas cantinas pode baixar devido ao aumento dos
 preços dos alimentos (Carlos Lopes/arquivo)
Subida do IVA: Municípios pedem apoio ao ministério para suportar aumento das refeições nas escolas                           
A Associação Nacional de Municípios Portugueses alertou hoje que a subida do IVA na restauração vai fazer crescer a factura dos refeitórios escolares, suportada pelas autarquias, apelando ao Governo para aumentar a comparticipação das refeições.
07.12.2011 - 11:51 Por Lusa

Com o aumento do imposto sobre o valor acrescentado (IVA) na restauração para 23 por cento, a partir de Janeiro, as facturas das empresas que fornecem as refeições escolares “vão ser maiores, porque obrigatoriamente tem de ser debitado o IVA à taxa legal que vai entrar em vigor”, disse à Lusa o vice-presidente da ANMP António José Ganhão.
O autarca lembra que o preço por refeição escolar é 1,46 euros, “fixado por portaria”, e por isso “o aumento do IVA sobre as refeições escolares não pode traduzir-se num maior encargo para as famílias”. O que significa que “as câmaras vão ter de suportar” a subida de dez pontos percentuais no imposto sobre a restauração, concluiu o presidente da Câmara de Benavente.
Lembrando a situação próxima do “colapso de tesouraria” de muitas autarquias, a ANMP diz esperar que o ministério da Educação “seja sensível” e aumente a “comparticipação no programa de generalização de refeições, ajudando assim as câmaras a não suportarem totalmente os seus custos”. Os municípios terão de, ainda este mês, “tentar ver com o Governo quais são as implicações de um problema novo, e que resulta de uma decisão tomada recentemente”, referiu António José Ganhão.
“Não sei quanto tempo [as câmaras] aguentarão mais sem pagarem aos respectivos fornecedores, entre os quais os de materiais com que se confecionam as refeições ou as empresas que as preparam. O natural é que comecem a acontecer colapsos, e com atrasos do Ministério da Educação no pagamento daquilo que devem aos municípios, tudo isto vai ter implicações no futuro”, avisou.

A Lusa tentou obter um comentário junto do gabinete do ministro da Educação, Nuno Crato, mas não foi possível.

Na semana passada, o vereador da Educação da Câmara de Lisboa, Manuel Brito, afirmou que o aumento do IVA é “muito preocupante” e vai “prejudicar o município” no pagamento das refeições escolares. A autarquia da capital fornece 16,5 mil refeições por dia nas escolas, num investimento anual de 5,5 milhões de euros.
A associação de defesa dos consumidores DECO já alertou que a qualidade das refeições nas cantinas escolares e sociais pode baixar, em sequência da subida do IVA na restauração.

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